sexta-feira, 16 de julho de 2010

Rede de ciclofaixas em Moema

A prefeitura de São Paulo está com um projeto para a instalação de uma rede composta por 19 km de ciclofaixas, no lugar de vagas de estacionamento para carros, nos mesmos moldes das motofaixas da Av. Sumaré e Vergueiro. A proposta está sendo analisada pela CET e com isso o bairro será o primeiro a possuir uma estrutura para transportes urbanos em bicicleta. A idéia é fazer um teste para que esse tipo de via seja ampliado para outras regiões de São Paulo. Foi escolhido por sua topografia plana, e trânsito menos caótico, como um lugar ideal para se fazer um piloto. Os próximos bairros que estão sendo cogitados para se dar continuidade a esse sistema são o Brooklin, o Itaim Bibi e Santo Amaro, todos na zona Sul de São Paulo.

Usar bicicleta, por quê?

Isso reflete a tendência mundial da inclusão da bicicleta como meio de transporte urbano sustentável, ou seja, de baixo impacto ambiental e de baixo custo. Uma alternativa para reduzir efetivamente o trânsito na cidade, já que o problema de espaço nas ruas têm se tornado uma preocupação séria para os orgãos de engenharia de trânsito. Estima-se que em alguns anos, a cidade pode parar, devido ao excesso de carros nas ruas. Tendo em vista que, a maioria esmagadora dos usuários de carros utilizam sozinhos seu veículo, e que a proporção de carros para habitantes da cidade está no número assustador de 1 carro para cada 2 habitantes, logo percebe-se que não é possível construir mais vias, para sanar esse problema.

O cotidiano de um motorista em São Paulo.


No caso de vagas de estacionamento, se fossemos pensar no espaço ocupado por algumas bicicletas dobráveis, muito em moda nos tempos atuais por sua praticidade no deslocamento urbano, chegaremos ao resultado abaixo:

O espaço de um carro equivale a 48 bicicletas dobráveis em um estacionamento

Agora se formos considerar o trânsito causado por bicicletas contra o trânsito causado por carros, chegaremos a o seguinte resultado:

Espaço necessário para 72 pessoas utilizando, respectivamente, 60 carros, 1 ônibus e 72 bicicletas

Nessa foto acima, podemos perceber que outro meio de sanar o problema do trânsito é a utilização de meios de transportes públicos, como ônibus, metrôs e trens. Isso reduziria tanto a poluição, e seus impactos ambientais, como causa das mudanças climáticas, mas também na saúde das pessoas, principalmente em dias secos, onde o ar torna-se extremamente nocivo.

Em períodos de pouca chuva, a poluição gerada pelos carros agrava doenças respiratórias.


Além dos fatores benéficos principais, como a sustentabilidade e a melhoria no trânsito da cidade, há também os benefícios bônus como: melhoria na saúde: por se tratar de uma atividade física muito saudável, que proporciona melhoria em diversos problemas como colesterol, disposição, e problemas cardíacos e respiratórios; e a economia: por se tratar de um transporte que não requer custos altos de manutenção.

Os principais motivos que as pessoas não utilizam a bicicleta em São Paulo são: 1- perigo no trânsito, 2- topografia não favorável, 3- desconforto em dias de chuva e, finalmente, 4- preguiça de pedalar.

Para sanar esses problemas, é preciso investir em implementação de vias para se utilizar seguramente a bicicleta nos meios urbanos. Mais importante do que isso, e mais eficaz, seria uma campanha de conscientização em massa para os motoristas, acompanhado de punições mais severas em relação a atropelamentos de ciclistas por veículos automotores.

Share Our Roads: "Compartilhe nossas estradas". Seria legal se esse cartaz fosse colado na frente do ônibus.


Em relação a topografia desfavorável e a preguiça, existem já disponíveis as bicicletas elétricas, que possuem duas versões: uma que o usuário não faz nenhum esforço (boa para a preguiça), e outra, chamada de híbrida, que une os benefícios salutares da bicicleta convencional, e ajudam o ciclista em subidas muito íngremes, diminuindo consideravelmente o esforço nessas situações. Nessa, é preciso pedalar para movimentar a bicicleta, porém o esforço é muito menor e eliminando totalmente o problema causado pela topografia desfavorável.

No Japão, a Sanyo apresentou recentemente uma bicicleta híbrida que também é dobrável.


No continente europeu, a bicicleta é um meio de transporte amplamente difundido e seu uso muito comum e bem estruturado em diversos países como Espanha, Alemanha, França e é claro os países que tem o seu uso fundido com a cultura local como Holanda e Dinamarca. Outros países que adotam esse meio de transporte é o Japão, a China, Estados Unidos, entre outros. Na América do Sul, temos o excelente exemplo de Colômbia e Chile como países amigáveis ao uso de bicicleta.

E você? Vai aderir à bicicleta também?

Esse é dos meus!